Rica em seu patrimônio cultural, memória e povo combativo, o Vale do Jequitinhonha tem um legado inestimável de histórias de luta e superação. Grande parte dos municípios foram criados a partir da exploração do ouro e dos escravos trazidos da África para trabalharem na mineração. Com eles, trouxeram o conhecimento aurífero, a força de trabalho e a fé em Nossa Senhora do Rosário, entre outras crenças. Sua devoção e empenho foram fundamentais para o desenvolvimento e ascensão das cidades da região. Considerando esse ponto de vista a Exposição Quilombos do Vale do Jequitinhonha, resistência, cultura e memória procura iluminar essa reparação histórica revelando quão rica é a cultura quilombola por todo estado de Minas Gerais. O projeto, que é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cidadania, recebeu o patrocínio da Cemig, Itaú e Milton Kanashiro.
A exposição, aberta dia 11 de dezembro de 2019, em Minas Novas, fica em cartaz até o dia 18 de janeiro de 2020, sempre entre 9h e 17h. Além de um rico acervo de fotos em altíssimo padrão de impressão, vídeos e utensílios da cultura quilombola, como bateia, tambores, vasos de barro e ferro centenários, objetos de trabalho, artesanato e vestimenta, a exposição traz textos informativos e de exaltação à essa população tradicional num espaço especialmente concebido para melhor revelar os costumes, as celebrações, o povo e a imensurável cultura quilombola de toda região.
A exposição é um desdobramento do projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória - www.quilombosdojequitinhonha.com.br - que traz ao público, com acesso gratuito, um livro de quase 400 páginas, 30 vídeos de curta duração e um portal com o resultado de toda a pesquisa, que mostra a beleza, riqueza e diversidade da cultura quilombola. Foram pesquisadas 60 comunidades quilombolas de quatro municípios: Minas Novas, Berilo, Chapada do Norte e Virgem da Lapa. Devido sua importância para a preservação da história e memória das comunidades quilombolas no Brasil, o projeto recebeu o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, em 2017, mais importante reconhecimento do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O projeto teve início em janeiro de 2014 envolvendo 60 comunidades tradicionais e cerca de 1.200 quilombolas, que participaram cantando, dançando e rememorando suas histórias e a de seus antepassados. Enquanto os habitantes mais velhos guardam a memória de sua história, os mais jovens lutam para que essas tradições não se percam com o passar do tempo. Nos quatro municípios pesquisados, a equipe participou de festas, encontros, apresentações marcadas especialmente para esses registros. Foram captadas cerca de 150 horas em vídeo, entrevistas e manifestações culturais, além de um grande acervo fotográfico.
Ancestralidade, alegrias, dificuldades, costumes, festas e conhecimentos tradicionais são revelados com muita emoção neste projeto. O trabalho realizado pela equipe serviu também para reforçar a certeza de que esta é uma região na qual o fazer do povo – seja na dança, na religião, na culinária ou na forma de lutar diariamente – é muito vivo. E isso tem colaborado para que esse grupo social resista ao sistema que tem violado seus direitos ao longo de décadas.
SERVIÇO
Exposição Quilombos do Vale do Jequitinhonha, resistência, cultura e memória
Visitação: de terça a sábado, das 9h às 17h, até 18 de janeiro de 2020 Escola Estadual Presidente Costa e Silva – Rua Manoel Cristianismo Costa, 290 – Centro – Minas Novas - MG - Tel.: (33) 3764.1129
Mais informações para a imprensa, com os coordenadores do projeto: Evanize Sydow e Sérgio Fogaça – Nota Musical Comunicação Tels. (21) 9.8222-9310 (Evanize) e (11) 9.8398-3887 (Sérgio) e-mails: sergiompb@uol.com.br e evanizesydow@terra.com.br