Cardeal da liberdade e guardião dos direitos humanos, dom Paulo Evaristo Arns foi figura central no processo de redemocratização do país. Sua trajetória foi constantemente marcada pela justiça social, defesa dos excluídos e dos trabalhadores. Tudo isso o credencia para a alcunha pela qual escolheu ser lembrado, segundo suas próprias palavras, como “cardeal do povo”. Tamanha personalidade recebe uma homenagem à altura. Trata-se da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns, que acontece no Centro Cultural Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, entre os dias 10 de janeiro e 28 de fevereiro, com entrada franca. A exposição é uma realização da Mirar Lejos em parceria com a Cáritas Brasileira Regional São Paulo, com curadoria e coordenação-geral das jornalistas e biógrafas de dom Paulo, Evanize Sydow e Marilda Ferri, e Maria Angela Borsoi, assessora de dom Paulo ao longo de mais de 40 anos.
A exposição conta com elementos lúdicos e multimídia dispostos em vários ambientes. A mostra propõe um passeio pela trajetória do cardeal por meio de seis eixos temáticos, destacando assuntos como Democracia, Política, Sociedade, Legado Intelectual, Igreja e Comunicação. Por esses eixos são enfocados temas como dom Paulo e o povo da rua; a contribuição para a justiça social e os direitos humanos; sua importância para os perseguidos políticos brasileiros e do Cone Sul; dom Paulo e os operários; o papel da mulher na Igreja e na sociedade; seu legado para os movimentos sociais, entre outros.
É destaque na exposição a imersão no universo de Dom Paulo e a propagação de suas ideias. Num dos ambientes foi montada uma grande estrutura reproduzindo ludicamente a Praça e Igreja da Sé, representando momentos históricos que ali aconteceram, como os cultos em memória de Alexandre Vanucchi Leme, Vladimir Herzog, Santo Dias, Manoel Fiel Filho e as missas de Primeiro de Maio. Lúdica também é a reprodução de um mini campo do Corinthians onde o visitante vai poder acompanhar depoimentos de ícones desportivos, lembrando o time de coração do arcebispo e a sua relevante atuação junto a chamada “Democracia Corintiana”.
Num outro espaço expositivo está retratado o período do regime militar e a atuação de dom Paulo contra os desmandos ocorridos. Celas reproduzem o Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), um dos centros de tortura na capital paulista. No mesmo núcleo figura uma versão gigante do livro Brasil: Nunca Mais, além de um grande vale remontando à vala clandestina do cemitério de Perus, onde foram encontradas mais de mil ossadas humanas, muitas delas de presos políticos desaparecidos, que são lembrados em um memorial.
Para visualizar com mais clareza sua trajetória, uma linha do tempo com temas como os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em vídeo, os 30 artigos da Declaração são lidos por 30 pessoas de origens diferentes, entre elas refugiados, moradores de rua e artistas, como Criolo, Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Outros pontos relevantes da trajetória de dom Paulo, como as redes de solidariedade no Cone Sul que ele ajudou a criar; a origem de alguns partidos políticos no Brasil pós 1980; a figura de São Francisco de Assis e a influência franciscana na vida simples que levava; o protagonismo que deu aos leigos; a divisão da arquidiocese no final dos anos 1980; a venda do palácio episcopal para comprar mais de mil terrenos na periferia e distribuir para as comunidades se organizarem, entre outros, estão retratados na exposição.
O evento conta com o apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
Protocolos de segurança e prevenção ao Covid-19 na exposição Uso obrigatório de máscara. Pelo menos um metro e meio de distância entre os visitantes observados pelos monitores (no chão haverá as marcações, respeitando essa distância). Postos de desinfecção. Ao entrar, um posto de desinfecção estará à disposição para os visitantes. Percursos de mão única (placas instruirão os visitantes a seguir percursos únicos, que serão observados pelos monitores). Visitas em grupo: no máximo 10 pessoas, porém divididas em grupos menores específicos para cada espaço, orientadas pelos monitores.
Serviço
Exposição Dom Paulo Evaristo Arns
Visitação: de 10 de janeiro a 28 de fevereiro, de terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada franca Local: Centro Cultural Santo Amaro Av. João Dias, 822, Santo Amaro, São Paulo/SP – Tel. (11) 5541-7057
Assessoria de imprensa Exposição Dom Paulo Evaristo Arns Sérgio Fogaça - sergiompb@uol.com.br
Nota Musical Comunicação Tels. (11) 3675-1929 / 9.8398-3887